Produto Mínimo Viável: tudo sobre como construir o seu MVP
Para começar um negócio de sucesso, ter uma ideia inovadora não é o suficiente. É preciso formatá-la em um produto, pensar no posicionamento dele no mercado e garantir que haja interesse do público para fazer sucesso desde o começo.
O produto mínimo viável, ou MVP, é a melhor abordagem no mundo empresarial para ter essa consistência maior sobre a capacidade de evolução de uma ideia para se tornar algo desejado por consumidores.
Neste artigo completo sobre o assunto, vamos passar por todas as principais questões envolvendo o MVP. Veja o que é esse conceito, por que é importante fazer e dicas para implementá-lo com sucesso. Boa leitura!
O que é produto mínimo viável?
O produto mínimo viável, também conhecido como Minimum Viable Product (MVP), é uma versão inicial de um produto comercial ou corporativo que apresenta de cara todas as características principais para seu funcionamento e atendimento de determinada demanda de mercado.
A ideia de construir um MVP se tornou bastante popular nos últimos anos, principalmente pela dinâmica do mercado na era digital, que exige cada vez mais agilidade e assertividade na hora de apresentar uma oferta inovadora no mercado com o timing certo.
Ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, o MVP não é um protótipo nem uma versão piorada do objetivo final de um produto ou serviço.
Para um MVP funcionar, mesmo que em sua iteração mais básica, precisa representar integralmente a sua proposta e abordar de maneira completa a demanda central que você quer solucionar.
Ou seja, o produto mínimo viável é a formatação de uma ideia em algo palpável, seja essa oferta digital, seja física. É o momento em que empreendedores não se preocupam tanto com a forma ou com funcionalidades extras e detalhes que queiram para sua versão final.
Nela, os clientes têm tudo o que precisam para se sentirem satisfeitos, mesmo que não seja ainda o que você visionou em sua totalidade. É uma maneira mais rápida e barata de testar uma ideia e medir seu potencial de sucesso no mercado.
Quando feito com objetividade e foco no cliente, o MVP se torna um representante do que você pode apresentar aos consumidores no futuro. É um tipo de abordagem de negócio que se popularizou na era das startups e diminui consideravelmente as barreiras entre seu sonho e a realidade.
Qual é a importância do MVP?
A melhor forma de entender mais sobre o que é o produto mínimo viável e sua relevância é apresentar o que ele traz de vantagens para quem investe nessa abordagem.
Ter um MVP encurta o caminho para diversas etapas importantes da consolidação e do planejamento de um negócio. Veja como ele faz isso analisando os pontos a seguir.
Consolidar uma ideia de negócio
Para quem tem criatividade e veia empreendedora, as ideias de novos serviços e produtos sempre estão se formando na mente. Mas, como saber se essa ideia funciona no mundo real?
O MVP é a ferramenta mais rápida de validação para uma nova proposta de negócio. Como você foca apenas no que mais importa para que ele funcione como produto viável, consegue consolidar um teste em semanas, às vezes até em dias.
Com isso, você não perde tempo e esforço de planejamento em uma ideia que talvez não tenha sustentação na prática. É construir, testar e, caso não funcione, partir para a próxima.
Testar a ideia no mercado com pouco investimento
Podemos pegar o gancho anterior para falar sobre a vantagem financeira do MVP. Como o produto será uma versão básica do que você quer como objetivo final, não é necessário investir tanto para ver se ele funciona no mercado.
Em um serviço digital, como um app, você pode usar ferramentas simples de desenvolvimento para fazer o trabalho por conta própria, sem precisar contratar um profissional para isso em um primeiro momento.
Se for um varejo, pode começar com poucas peças e testar a demanda sem fazer grandes compras antes mesmo de saber se vai dar certo. O MVP é uma demonstração de potencial, portanto, valoriza a objetividade mais do que gastar dinheiro e tempo em desenvolvimento de etapas que não contribuem diretamente com esse teste.
Receber feedbacks valiosos
Você já tentou explicar sua ideia para alguém e receber olhares de quem não entendeu bem o que você quer dizer? Desde a conversa com os amigos até pitches de negócios, é sempre difícil passar a totalidade do que você pretende de um produto em palavras e imagens e receber feedbacks com valor prático para desenvolvimento da proposta.
Com um MVP, você transforma essa ideia em algo palpável, que as pessoas podem usar, entender e falar sobre sua experiência — uma parte muito importante para validar a viabilidade de um negócio.
Quanto mais pessoas usam seu MVP, mais informações você tem sobre dores e satisfações, sobre a jornada do cliente e suas impressões. Além disso, pode receber feedbacks profissionais, de pessoas que sugerem o que deve ser feito para evoluir o negócio a partir daí — como é o caso das aceleradoras.
Entender detalhes de funcionamento
Outra vantagem muito importante do MVP é sua capacidade de mostrar, por meio de usuários e da sua própria manipulação do produto, detalhes que talvez nem tenham sido previstos durante a fase de planejamento.
Afinal, a prática é sempre diferente da ideação:
- funcionalidades específicas podem não funcionar ou se mostrarem irrelevantes em relação à demanda;
- a interação entre características do produto pode não acontecer da maneira que você pensava a princípio;
- pontos da experiência do usuário com seu produto podem se mostrar uma barreira de conversão ou satisfação com o uso.
Iterar sobre a ideia sem ter retrabalho
O item anterior nos leva a um dos grandes motivos pelos quais empreendedores investem em produto mínimo viável. É muito mais fácil iterar sobre uma proposta de negócio quando ela ainda não está totalmente formatada.
Quanto menos componentes secundários estiverem presentes no produto ou serviço, menos você precisa mexer quando vai fazer alterações no que realmente importa: a entrega principal do negócio.
Um exemplo disso é pessoas que se preocupam muito com a forma antes da função e capricham demais no visual antes mesmo de validar a ideia. De nada adianta um produto muito bonito se, na prática, ele não atender a demanda que você esperava abordar.
Quanto menos elementos, menos retrabalho na hora de adicionar funções, ajustar processos e reformular etapas da experiência. Isso acelera muito a evolução do produto para que ele não perca seu timing de mercado.
Investir em marketing
De nada adianta um produto perfeito se ele não alcança as pessoas certas. Uma prática muito comum hoje é usar todo o tempo e recursos economizados durante o desenvolvimento do MVP para divulgá-lo em campanhas principalmente de Marketing Digital.
Muitas pessoas podem pensar que divulgar um produto ainda em sua fase de desenvolvimento pode trazer uma imagem negativa sobre ele, mas isso não é verdade para a nova geração de consumidores.
Na verdade, é o contrário. Hoje, existe uma valorização do mercado para ideias inovadoras. Pessoas gostam de se considerar early adpoters — clientes que iniciam sua relação com uma empresa iniciante e se sentem contribuindo com o desenvolvimento daquela ideia.
Buscar investimentos
Por fim, o seu MVP pode ser o melhor argumento na hora de buscar investidores para o negócio. Primeiro porque você tira o teor abstrato do seu pitch, mostrando a ideia funcionando na prática. Isso tem muito valor no mercado e põe seu produto à frente da maioria dos empreendedores que chegam apenas com palavras e propostas no pitch.
Segundo, porque você pode agregar ao seu argumento números reais de mercado. Pode mostrar como consumidores estão respondendo ao seu produto e fazer projeções de faturamento baseadas em indicadores consolidados.
Quais são as principais dicas para implementação do MVP?
Agora que passamos pela importância de contar com um produto mínimo viável no começo de um empreendimento, é hora de conversarmos sobre o próximo passo neste assunto: o momento de planejar, construir e implementar o seu MVP.
É claro que os processos dessa jornada vão variar bastante dependendo do tipo de produto que você quer oferecer, o meio em que ele será oferecido e até o perfil de público que você quer atingir.
Portanto, o que podemos fazer aqui é apontar caminhos que podem ser aplicados em qualquer caso, independentemente da natureza do seu MVP. Veja quais são esses passos de construção.
Defina sua proposta de valor
A primeira etapa dessa jornada pode ser considerada também a mais importante delas. Afinal, de nada adianta contar com um produto incrível se ele não tem valor para um público específico.
A proposta de valor é o que a sua ideia, se realizada, trará para o mercado que outras marcas hoje não oferecem. Pode ser uma ideia inovadora, um novo modelo de serviço ou simplesmente a sua visão sobre um produto já existente.
É com essa proposta em mente que você consegue definir os aspectos mais importantes que farão parte de um MVP bem consolidado.
Foque no desenvolvimento do seu core business
Ao definir sua proposta de valor, é hora de transformá-la em produto. A prática mais importante nesse momento é o esforço para que você não perca o foco da entrega principal, daquilo que defini o que é seu MVP — algo que infelizmente acontece com frequência.
Seja um produto físico, seja um app, um serviço, o que for, planeje um fluxo de desenvolvimento que priorize o core business, ou seja, a ideia central e a demanda principal a ser resolvida por ele.
Mesmo que você já esteja planejando funcionalidades extras, serviços agregados ou experiências adicionais, deixe isso para outro momento. Agora, é hora de ter algo concreto em mãos o mais rápido possível e de maneira significativa para testar resultados reais de mercado.
Envelope o produto com uma cara comercial
Mesmo que o MVP seja uma versão básica e fundamental de um produto que será mais sofisticado e complexo no futuro, isso não significa que você deve entregar essa solução crua ao público.
Em muitos casos, é interessante já contar com marca e identidade visual definidas no lançamento do MVP. Você não precisa se preocupar com os detalhes, mas ofereça alguns elementos essenciais de experiência para que a interação seja análoga ao que você busca no produto final.
Faça testes de mercado segmentados
Com seu MVP construído, é hora de fazer sua primeira incursão no mercado e colher os primeiros resultados. O ideal é que você tenha uma distribuição bem direcionada no início, para ter mais controle sobre projeções baseadas no perfil de público que quer atingir.
Se o negócio será físico, é bom começar localmente, em um bairro ou cidade. Se é digital, vale focar em canais de comunicação e redes sociais com maior frequência de pessoas que estejam dentro do seu perfil de público.
Assim, você elimina o ruído e tem indicadores mais fiéis ao que esse produto pode fazer quando lançado completo. É importante focar primeiro em quem tem mais chances de fidelizar.
Busque feedbacks iniciais
Esse momento de inserção no mercado é a hora perfeita para colher os primeiros feedbacks. É até recomendado que você já parta para entrevistas e medições de uso desde o início. Busque pessoas com perfil similar à sua buyer persona e peça que avaliem e opinem sobre a experiência.
Assim, se algo no MVP estiver muito fora do que você pensou, pode identificar de cara e fazer ajustes para um lançamento maior. A partir daí, é hora de ter opiniões mais quantitativas, buscando cada vez mais feedbacks sobre aspectos distintos da sua solução.
Faça testes A/B
Testes A/B são testes em que uma empresa cria duas versões bastante similares, mas com algumas modificações estéticas e interativas que geram experiências comparativas.
Com esse método, você pode criar mais de um MVP, cada um testando uma alternativa de resposta para uma pergunta que você tenha sobre a melhor abordagem de produto. É uma maneira simples e rápida de decidir sobre detalhes da sua entrega.
Busque parcerias
Uma ideia interessante para amplificar a divulgação do seu MVP é ir atrás de empresas já consolidadas na área, que podem ser complementares ao seu produto, e propor parcerias.
Um exemplo bem simples: um novo serviço digital de contratação de reformas que faz uma parceria com lojas de construção para divulgar o produto.
Assim, você não só aumenta a visibilidade como pega emprestada um pouco da reputação daquela marca. Claro, você vai precisar convencer gestores de que sua solução é interessante para o público deles — algo que um bom MVP pode fazer.
Compile os resultados
Depois de todo esse esforço para construir e implementar seu produto mínimo viável, é hora de extrair dele as respostas que você precisa para a versão final.
Para isso, além dos feedbacks que já apontamos, você pode criar indicadores de performance como taxa de conversão, tempo utilizando a solução, taxa de fidelização, lucro etc.
A partir desses resultados, você compra os números com o que projetou durante a elaboração do plano de negócio. Se as métricas não estão batendo, significa que algo deu errado na análise de mercado, na execução do MVP ou na sua impressão sobre o impacto da ideia no mercado.
Volte à mesa de planejamento
Com todos esses resultados compilados, é hora de voltar e trabalhar no seu MVP inicial com as novas informações que você tem sobre ele.
Se você teve uma boa resposta do público, é hora de fazer os ajustes e começar a iterar para lançar a versão final. Se o resultados foram aquém do esperado, é melhor interpretar esses números e fazer mudanças fundamentais no MVP que reflitam os problemas levantados.
Já se não houve tração do produto ou ele não atendeu à demanda como você pensava que seria, quem sabe seja a hora de olhar para a sua ideia com outros olhos ou até mesmo abandoná-la e partir para outra.
Afinal, essa é a grande vantagem do MVP: validar uma proposta de produto de maneira rápida e sem gastar muitos recursos. Assim, empreendedores não se apegam demais e insistem muito em algo que não vai dar certo.
Esse é um processo de muita tentativa e erro, sempre usando dados e inteligência de negócio como base para a análise dos resultados. Se você tem esse perfil dinâmico, tem tudo para achar o MVP perfeito para empreender.
Quais são alguns exemplos práticos interessantes?
Para você ter uma ideia ainda melhor de como trabalhar em um MVP é importante, veja alguns exemplos que se destacam no mercado.
Amazon
Sabia que a maior empresa de varejo no mundo atualmente começou como um MVP? O fundador da Amazon, Jeff Bezos, começou a empreender apostando em várias ideias possíveis de negócios online.
Uma dessas era a crescente demanda por e-commerce, sendo que ele identificou uma oportunidade especial na venda de livros online. Sua loja começou como um MVP bem básico, e o resto é história.
AirBnB
O AirBnB é outra empresa gigante hoje que começou como um MVP. No caso, o próprio bairro de seus fundadores.
Aproveitando um evento na cidade em que moravam, criaram um app para alugar quartos vagos na vizinhança durante o período e atender a grande demanda por hospedagem. O negócio deu tão certo, que hoje é referência no setor no mundo inteiro.
Lavanderia móvel
Este não é um dos grandes cases de empresa global, mas é um exemplo muito utilizado no mercado sobre o que significa ter um MVP para testar demanda e validar uma ideia.
Em uma cidade da Índia, em que as pessoas ainda têm muito costume de lavar as roupas em um rio local, empreendedores resolveram criar um serviço de lavanderia móvel: uma van adaptada que pegava as roupas das pessoas nas ruas e lavava ali mesmo em alguns minutos.
A questão era que o investimento nessa van era muito alto para algo que eles não tinham certeza se ia funcionar. Para isso, decidiram transformar o MVP em um teste de mercado.
Como fizeram isso? Eles enveloparam a van fazendo parecer que já era o produto final, mas era apenas um veículo comum. Eles recebiam a roupa, mas, em vez de lavar ali como prometiam, levavam para uma lavanderia na região, concluíam o processo e voltavam para devolver as roupas aos donos.
Ou seja, eles testaram o serviço como ele seria para o cliente, mas sem se comprometer a criar o produto completo de cara. Assim, conseguiram validar a ideia, testar a demanda e seguir em frente com o negócio.
Quais são as ferramentas para implementar o MVP?
Se tudo o que conversamos até aqui fez com que você se inspirasse a começar seu MVP, que tal colocar a mão na massa? Para finalizar, queremos guiar você em relação a algumas ferramentas, serviços e softwares que podem ajudar nessa jornada.
Ferramentas de planejamento
Você pode utilizar ferramentas de planejamento para elaborar seu plano de negócio, começar a organizar uma equipe (caso tenha) e desenvolver sua ideia de produto. Soluções como gerenciadores de time, mindmaps e frameworks de estrutura ágil (como o Trello) podem ajudar muito.
Ferramentas de desenvolvimento
As ferramentas para desenvolver e criar seu MVP vão depender muito de que tipo de produto você quer oferecer ao público.
Se você quer fornecer um app inovador, por exemplo, existem serviços de desenvolvimento como o Glide que não exigem conhecimentos avançados de programação e design.
Ferramentas de divulgação
Para divulgar seu produto, o Marketing Digital hoje é a melhor solução em alcance e resultados. Você pode criar sua própria campanha através de redes sociais, investir em ads pagos no Google e no Instagram ou utilizar serviços especializados de conteúdo, como a Rock Content.
Ferramentas de monitoramento
Depois de oferecer seu produto, vai ser importante coletar o máximo de dados possível sobre demanda, conversão e utilização. Nesse sentido, vale a pena contar com ferramentas de medição de indicadores online, como é o caso do Google Analytics, ou ter um sistema de gestão captando essas informações sobre seu público.
Independentemente do tipo de ferramenta que você utilizar, o sucesso do seu MVP só precisa de uma boa ideia, foco na entrega principal e saber interpretar os resultados e opiniões de clientes.
Tendo esse direcionamento e nunca se desviando do seu objetivo principal, você consegue rapidamente construir um produto mínimo viável e testar sua ideia no mercado. Seja para aprimorar, seja para ajustar ou até abandonar a proposta, o MVP vai dar a você as respostas que precisa o mais rápido possível.
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