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Como usar análise de dados para melhorar a estratégia jurídica

Author Bruno Peixoto
Bruno PeixotoLegal Associate LATAM
ResumoLeitura de 8 min

Dados são a nova estratégia jurídica, uma forma concreta e prática de identificar riscos e de apoiar decisões importantes, melhorando a eficiência geral das equipes jurídicas. Saiba mais como jurídicos estão adotando ferramentas tecnológicas para reunir, organizar e interpretar informações, permitindo decisões mais precisas e alinhadas aos objetivos do negócio.

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Utilizar dados na estratégia jurídica não é mera tendência: trata-se de uma forma concreta e prática de identificar riscos antes que eles se tornem problemas reais, de apoiar decisões importantes e de melhorar a eficiência geral das equipes jurídicas. 

Advogados e gestores do setor jurídico estão adotando ferramentas tecnológicas para reunir, organizar e interpretar informações, permitindo decisões mais precisas e alinhadas aos objetivos do negócio.

Para entender a importância disso, imagine uma empresa que acabou renovando automaticamente contratos desfavoráveis por não acompanhar os prazos e cláusulas críticas com precisão, resultando em custos que poderiam ser evitados. Situações assim mostram como o uso correto dos dados evita prejuízos financeiros e melhora diretamente a eficiência da equipe jurídica.

A urgência dessa transformação é confirmada por dados de mercado. Uma pesquisa feita pela Deloitte em 2024 revela que o departamento jurídico está notando um aumento na carga de trabalho no último ano, e como meio de melhorar este panorama, a expectativa está em aumentar o uso de ferramentas tecnológicas no próximo ano. 

Isso demonstra um movimento claro: os líderes não estão apenas reagindo ao volume de trabalho, mas investindo ativamente em tecnologia para gerenciar prioridades complexas. No contexto atual, em que os riscos regulatórios são cada vez mais complexos, tomar decisões jurídicas sem dados é um grande risco. Com tecnologias de análise inteligente de informações, o jurídico ganha mais capacidade de resposta, reduzindo significativamente a possibilidade de erros e aumentando a previsibilidade das ações.

O que é análise de dados no contexto jurídico?

Neste contexto em específico, a análise de dados é a avaliação de fatos e documentos com base em conhecimentos técnicos, acadêmicos, jurisprudenciais, e também base na experiência profissional. Esta metodologia de trabalho é o que diferencia o valor do trabalho de cada departamento jurídico.

No entanto, tal como é notório o aumento de atividades dentro do departamento jurídico, a quantidade de dados a serem analisados também cresce conforme os negócios evoluem, e a análise realizada unicamente por humanos vem evoluindo para dar conta deste volume.

Assim, esta metodologia supracitada vem contando com o auxílio de recursos que envolvem inteligência artificial e métodos de gestão para extrair, processar, interpretar e aplicar grandes volumes de informações e dados documentais, convertendo-os em insights significativos para a tomada de decisões.

Juntos, o processo de análise de dados ganha maior amplitude e oferece evidências objetivas para melhor mapear os riscos jurídicos, as tendências contratuais e os pontos críticos que merecem atenção.

Esse tipo de abordagem permite identificar padrões relevantes, como contratos que frequentemente precisam de revisão ou cláusulas que geram dúvidas recorrentes. Assim, o jurídico pode atuar preventivamente e evitar complicações futuras.

Quais são os desafios ao realizar análises de dados?

É certo que cada profissional e cada departamento jurídico possui uma forma específica de realizar a análise de dados, e mais do que isso, de estruturar uma biblioteca de documentos e dados para realizar essas análises.

No entanto, a realidade na maioria dos departamentos esbarra em uma etapa de organização interna. Uma pesquisa da EY de 2025 revelou que uma considerável parte dos departamentos jurídicos enfrentam desafios de dados devido à lenta evolução tecnológica, o que incluem dados desorganizados, plataformas desconectadas, e acesso limitado a dados precisos. Tendo isso em mente, o primeiro desafio é realizar uma limpeza de dados, extraindo, reclassificando e reformatando dados para formatos consistentes e utilizáveis. 

A organização dos dados, por si, já poderá dar maiores indicadores sobre as necessidades de mudança nos departamentos jurídicos, ao conhecer novas dores específicas do negócio e pensar em metodologias que auxiliem na modernização e evolução da forma como estão organizados. Portanto, a análise de dados não abre portas apenas para a melhoria nas entregas, mas também para o lado interno das organizações.

Ferramentas que apoiam a análise jurídica orientada por dados

Existem várias ferramentas que facilitam essa prática, permitindo que as equipes jurídicas trabalhem com dados precisos, no entanto, com diferentes potenciais e diferentes treinamentos.

O IAM (Intelligent Agreement Management), por exemplo, oferece controle completo sobre acordos e contratos, garantindo que informações confidenciais sejam acessadas apenas pelas pessoas autorizadas. O Navigator atua fornecendo percepções rápidas baseadas em informações de contratos, permitindo decisões ágeis e consistentes. O CLM (Contract Lifecycle Management), por sua vez, complementa esse pacote, automatizando todo o ciclo contratual, da redação à renovação

Além de estarmos falando em ganhos de inteligência em relação às análises de documentos e dados, é importante pensar que essas ferramentas ainda podem ser integradas com sistemas corporativos, como ERPs e CRMs, trazendo informações atualizadas e evitando duplicidade de esforços. 

Em vez de se limitar a acelerar as rotinas, essas ferramentas ampliam a precisão das análises, reduzem retrabalhos e fortalecem o jurídico como um parceiro estratégico para as áreas de negócio. Atualmente, o jurídico consultivo necessita de mais do que apenas domínio técnico: é preciso acompanhar as tendências de mercado, oferecer previsibilidade, responder com agilidade, integrar-se com áreas como finanças, compliance e compras, e gerar insights estratégicos baseados em dados.

Dados como aliados na prevenção de riscos jurídicos

Negócios são feitos globalmente em uma fração de segundos, e a ideia é que este intervalo de tempo de conclusão seja cada vez menor. Com isso, decisões são tomadas em espaços de tempo cada vez mais curtos, e a expectativa é que os departamentos jurídicos consigam apoiar essas decisões de forma cada vez mais ágil.

Com informações precisas em mãos, o departamento jurídico consegue prever riscos e agir antes que problemas aconteçam. Por exemplo, monitorar cláusulas críticas e acompanhar prazos importantes evita que contratos importantes expirem ou que obrigações essenciais sejam simplesmente esquecidas. As novas soluções de tecnologia voltadas a apoiar os departamentos jurídicos precisam ter a capacidade e o treinamento para fornecer dados estratégicos com poucos cliques.

Como identificar padrões e tendências jurídicas com dados?

Identificar padrões significa reconhecer situações que frequentemente ocorrem e podem ser prevenidas com ajustes estratégicos. Utilizando ferramentas analíticas como dashboards e relatórios personalizados, as equipes conseguem visualizar rapidamente informações importantes, como contratos mais problemáticos ou áreas que precisam de mais atenção para discussões específicas.

Com maior visibilidade deste tipo de situação, o trabalho do departamento jurídico deixa de ser apenas reativo, e passa a ser proativo. Ter essas informações em mãos, permite que o jurídico atue antecipadamente, preparando estratégias jurídicas mais sólidas e embasadas, garantindo melhores resultados para a empresa e seus clientes.

Integração entre jurídico e outras áreas por meio de dados

A colaboração interdepartamental se fortalece quando o jurídico compartilha dados estratégicos com áreas como compliance, finanças e operações. Essa integração permite que todas as equipes tenham acesso às mesmas informações, agilizando decisões e aumentando a eficiência operacional.

Soluções que se integram com as demais áreas da companhia trazem além de mais transparência, maior alinhamento em relação aos objetivos da corporação como um todo, dando a todos a mesma visibilidade em relação a um problema ou uma oportunidade. Ao integrar os sistemas do jurídico com os financeiros, por exemplo, a empresa consegue monitorar rapidamente os impactos financeiros de cláusulas contratuais específicas, facilitando ajustes estratégicos quando necessário.

Primeiros passos para transformar a prática jurídica com dados

Para começar a transformar a prática jurídica usando dados, não é preciso fazer mudanças radicais de uma só vez. Comece organizando os dados existentes, definindo indicadores claros de sucesso e escolhendo ferramentas tecnológicas adequadas ao porte e realidade da sua empresa.

Departamentos jurídicos que desejam adotar uma abordagem baseada em dados podem começar organizando informações que já têm. A criação de relatórios objetivos, definição de KPIs jurídicos claros (como tempo médio de revisão de contratos ou quantidade de cláusulas críticas identificadas mensalmente) e a escolha de uma plataforma tecnológica acessível são passos fundamentais.

Iniciar com pequenos projetos podem ajudar a equipe a perceber o valor real dos dados, incentivando a adesão e a adoção gradual das ferramentas necessárias, bem como entender melhor quais são as expectativas que podem ser criadas em termos de melhoria com a entrada de novas tecnologias.

Quer ver como reduzir seu tempo de revisão contratual em até 40% usando dados? Fale com nossos especialistas e entenda como aplicar a análise de dados de forma prática no seu departamento jurídico.

Author Bruno Peixoto
Bruno PeixotoLegal Associate LATAM

Advogado da Docusign para Brasil e HLA. Após anos de experiência em leading companies no setor de tecnologia com atuação em negociações de contratos, proteção de dados e cibersegurança, hoje aplico essa experiência para apoiar a Docusign em diversas frentes na evolução de seus negócios.

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